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Ilustração de Sachin Teng |
1Q84 é um instigante sucesso de vendas, no Japão e no mundo, do autor contemporâneo Haruki Murakami. Aqui, nunca nem tinha ouvido nem falar. Vai ver porque o mundo dos livros nunca tinha feito parte de mim. Tempos atrás, passeando no
shopping com o amor, vi o
1Q84, mas não comprei. Estava caro e não tinha lido nada sobre ele, então, decidi deixá-lo na estante.
Recentemente, voltei à Livraria Cultura. E lá estava o mesmo livro junto a outros títulos com desconto de Black Friday: algo em torno de cinco reais mais barato que o preço anterior. Eu havia feito uma confusão na loja virtual da Cultura, precisava trocar um item por outro. Comprei um DVD em vez de um livro. O filme estava com o preço acessível. Portanto, já sabia que pagaria a diferença por qualquer outro item da loja.
Estava determinada a levar um livro para casa. Sem pensar duas vezes, sem ler uma resenha, só seguindo a intuição, comprei 1Q84. Mesmo usando os pontos do programa de fidelidade, ainda tomei um susto na hora do caixa. Titubeei, pensei em sair correndo da fila, devolver o livro à estante e procurar alguma coisa mais barata. Resolvi insistir no livro, afinal, eu gosto tanto de cultura pop japonesa... por que não gostaria desse best-seller?
A ideia de usar a tag 1, 2, 3... Testando com livros, quadrinhos e revistas é registrar as minhas primeiras impressões sobre as primeiras páginas do item que estou a ler. Ainda não sei em qual número de páginas devo parar exatamente. Pensei em cem, em vinte, em cinquenta... Nesse livro, 1Q84, de 430 páginas escolhi parar, teoricamente, na centésima. Tentei, mas não consegui parar na página de número 100. Ela ficava bem no meio do sexto capítulo. Para pequenas coisas da vida, talvez eu possa dizer que tenho TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Então, na realidade, parei na página 112.
As cem(nto e doze) primeiras páginas de 1Q84 reúnem os seis primeiros capítulos da obra, dedicados a duas personagens diferentes: Aomame e Tengo. Cada capítulo narra, alternadamente, a história dessas duas protagonistas, entre abril e junho, no Japão de 1984. Há quem diga que 1Q84 é uma obra-prima, uma fantástica releitura do livro futurístico do genial George Orwell. Sobre isso, não tenho o que comentar, pois ainda não li 1984.
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O autor. Bonitão, né? |
O que eu pude perceber nesse cento de páginas é que o senhor Murakami-san é um homem muito inteligente. É muito interesse a forma com que o autor relaciona conteúdos eruditos com aspectos da vida comum das personagens. Eu ainda acho que Machado de Assis rules 'em all, mas tenho que dar o braço a torcer para Haruki Muramaki.
Outro aspecto interessante da obra é a construção das personagens. Penso que ainda é cedo para analisar a profundidade psicológica delas, mas já dá para tecer comentários sobre a descrição física de Aomame, Tengo, Komatsu e Fukaeri. O cara tem uma coisa com assimetria, gente. Para mim, é até meio difícil de imaginar... Acho que é porque aqui no Brasil as coisas belas são simétricas, né? As pessoas nascidas no Japão seres excêntricos.
Até agora a vida de Aomame e de Tengo ainda não se encontraram... Faltam ainda três quartos para o final do livro e, pelo visto, muita história ainda vai rolar. Mal posso esperar pra chegar lá. Essa tensão está me matando! Aliás, vou voltar para a minha leitura... as coisas aqui em casa andam meio tensas.
Quando terminar o livro, volto aqui para escrever todas as minhas impressões e meus sentimentos sobre o primeiro livro dessa trilogia. Não tinha mencionado que era uma trilogia, né? Desculpem... Ah, também prometo trazer os textos das costas e das orelhas do livro. Por enquanto, vou digitar bem rapidinho os títulos dos 12 primeiros dos 24 capítulos de 1Q84, que são por si só deveras interessantes.
- Aomame -- Não se deixe enganar pelas aparências
- Tengo -- Uma ideia inusitada
- Aomame -- Alguns fatos que teriam sido alterados
- Tengo -- Se é isso que você deseja...
- Aomame --- Profissão que exige habilidade e preparo
- Tengo -- Será que vamos para muito longe?
- Aomame -- Bem de mansinho para não acordar as borboletas
- Tengo -- Encontrar um desconhecido num local desconhecido
- Aomame -- O cenário muda, as regras também
- Tengo -- Uma revolução de verdade com derramamento de sangue
- Aomame -- O corpo é um santuário
- Tengo -- Venha a nós o Vosso Reino
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